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O que é síndrome de Tourette?

Postado em 07/07/2023 às 09h:00

Você já ouviu falar sobre a síndrome de Tourette? 
A síndrome de Tourette é um distúrbio neurológico que pode afetar uma pessoa por meio de movimentos ou vocalizações, repetitivos, rápidos, indesejados, que são mais conhecidos popularmente por tiques. É possível identificar a síndrome a partir dos primeiros sinais que o paciente vai apresentar, que normalmente são diferenciados pela sua intensidade e divididos por: 

Tiques simples: Se tratam de movimentos súbitos, repetitivos e breves. Acabam envolvendo um certo número de grupos musculares e são muito comuns entre as pessoas portadoras da síndrome. 
Ex: piscar os olhos, encolher ou sacudir os ombros e balançar a cabeça involuntariamente. 

Tiques complexos: São padrões um pouco distintos e já envolvem vários grupos de músculos.
Ex: Pode-se tratar de movimentos que parecem caretas, torção do pescoço, encolher dos ombros, pular ou ainda pode envolver atos como tocar, cheirar ou torcer objetos.

Já nos casos de tiques vocais os sintomas são evidenciados por meio de sons, como por exemplo:

Tiques vocais simples: esses sintomas são conhecidos por grunhir, cheirar e pigarros.
Tiques vocais complexos: pode ser repetição de palavras ou frases, soluços, gritos e raramente ser evidenciado palavrões. 

Os sinais tendem a piorar se caso houver excitação ou ansiedade, mas também podem melhorar junto com atividades que despertam a sensação de calma e o foco. E vale lembrar que experiências físicas também podem despertar ou até mesmo piorar os sintomas. Durante o sono leve os tiques permanecem, porém podem diminuir, já em sono profundo os tique desaparecem totalmente. 

Para quem vive com a síndrome de Tourette, a pessoa se depara com muitos desafios e para entendermos melhor sobre o assunto, a aluna da Faculdade UNIGUAÇU Alana Bonfante nos relata como descobriu a síndrome. 

“Os primeiros sintomas da síndrome que tive apareceram quando tinha sete anos, os médicos chamaram de tiques nervosos e eram todos motores. Aos onze comecei a apresentar tiques vocálicos combinados com os tiques motores e foi aí que fui diagnosticada com Tourette por uma neuropediatra. Nos primeiros anos foi muito complicado pra mim ter que lidar com essa realidade, que já não era tão nova, mas que tinha um nome agora. Começando a pré-adolescência com uma síndrome que ninguém conhecia, mas que muitos paravam para julgar. No início, passei por inúmeras situações que me constrangeram, na rua, na escola e em lugares públicos, mas em casa sempre recebi o maior carinho e apoio do mundo para aprender a lidar com isso.”

O diagnóstico da síndrome no início pode ser um desafio, pois infelizmente não existem exames para confirmar o caso, portanto é realizado um atendimento clínico e alguns exames complementares, como ressonância para verificar a existência de alguma outra doença com os mesmos sinais. A Terapeuta ocupacional e Professora Andreia Kukul Vogelmann, explica melhor sobre o diagnóstico da síndrome. 

“A Tourette tem seu diagnóstico realizado por um médico especialista, no caso um neurologista, pois se trata de um transtorno do neurodesenvolvimento e é feito a partir de sintomas como tiques motores constantes ou vocais, claro que estes sintomas devem estar persistentes por um tempo determinado”

Em caso de síndrome de Tourette a área da Terapia Ocupacional pode ser uma grande aliada para o paciente.“ Em relação ao tratamento da terapia ocupacional com a síndrome de tourette, envolve a rotina destas pessoas, o que está implicando em seu dia a dia para que levem uma vida com autonomia e independência. Podemos auxiliar nas questões sensoriais, regulação dos desconfortos que os tiques apresentam, sem falar na interação social, que às vezes é interrompida pela falta de informação das demais pessoas, causando bullying e preconceito, afetando na saúde mental desses pacientes”, conta a Terapeuta Ocupacional Andreia Kukul Vogelmann.

Como acadêmica de Terapia Ocupacional, Alana teve a oportunidade de aprender ainda mais sobre a síndrome que a acompanha desde a infância. “Na minha caminhada com a síndrome, nunca fui acompanhada por um terapeuta ocupacional, mas conheço os meios com que a TO pode auxiliar no tratamento da Tourette. É incrível ver os resultados, a diminuição considerável dos tiques, o relaxamento que pode ser estabelecido nas sessões, o uso das atividades psicomotoras que exigem a concentração do paciente e também a área da TO que atua na assistência familiar dos pacientes com essa síndrome e nos trabalhos sociais desenvolvidos para a conscientização popular.

Muitas vezes para a pessoa portadora da síndrome, os olhares e comentários maldosos, podem afetar o dia a dia, a interação, a comunicação e o seu bem-estar muito mais que os tiques que ela precisa aprender a lidar com o passar do tempo.

“Minha turma de TO é muito compreensiva comigo, as vezes me sinto mal por poder atrapalhar a concentração deles com meus tiques, mas nenhum deles nunca me direcionou uma palavra má ou um olhar de preconceito, sou muito feliz por isso. Mesmo sendo uma síndrome um tanto quanto desconhecida cotidianamente, a maioria dos professores e alunos da faculdade entendem o que é a síndrome quando explico e passam a me tratar com normalidade, e é apenas disso que eu preciso agora, ser tratada como uma pessoa normal, que é o que eu sou”, relata Alana.

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