Treinar em jejum emagrece mais?
Postado em 03/10/2024 às 14h:00
A prática de treinar em jejum tem se tornado bastante comum entre vários adeptos da vida “fitness”. Essa escolha pode ser motivada pela facilidade de não ter que se preocupar com a alimentação antes do exercício, pela preferência por se exercitar nas primeiras horas do dia ou pela aversão à sensação de estômago cheio. Porém, será que essa prática realmente ajuda na perda de peso?
O professor e nutricionista Ney Felipe Fernandes, coordenador do curso de Nutrição Funcional da Faculdade UNIGUAÇU destaca que o treino em jejum é uma maneira prática de criar um déficit calórico, mas é crucial que a pessoa respeite os limites do corpo. “Até que ela se adapte a isso, pode haver uma perda de desempenho e é fundamental evitar desmaios ou outros riscos”, afirma. Ney Felipe também ressalta que, para um emagrecimento sustentável, não adianta simplesmente ficar em jejum por longos períodos se a alimentação não for bem planejada. “O que realmente importa é que a estratégia de emagrecimento tenha aderência ao estilo de vida do paciente”, diz ele.
A premissa por trás do treino em jejum é a de promover uma maior queima de gordura durante a atividade física, já que os níveis de insulina estão mais baixos e a glicose disponível é menor. Contudo, essa estratégia não necessariamente resulta em uma perda de peso significativa e pode trazer riscos como tontura e diminuição da massa muscular. Para um emagrecimento saudável e duradouro, é fundamental equilibrar a ingestão calórica através de uma dieta adequada e adotar um estilo de vida ativo com a prática regular de exercícios.
Além disso, treinar em jejum pode impactar de maneira negativa o desempenho físico. A ausência de alimentos leva a uma diminuição nos níveis de glicogênio, o que pode comprometer a performance. A longo prazo, essa queda no rendimento pode afetar os resultados, uma vez que a intensidade e a carga dos treinos são cruciais para o progresso físico e a queima de gordura.
Quando o jejum se torna prejudicial, diversos sintomas podem surgir. Tonturas, queda de pressão, sonolência, fadiga, ansiedade, irritabilidade e dificuldades de concentração são indícios de que o corpo está sob estresse elevado, indicando que a prática deve ser interrompida para evitar complicações maiores. Além disso, há grupos específicos que devem evitar treinar sem se alimentar, como:
– Pessoas com problemas de pressão arterial;
– Indivíduos com diabetes e doenças cardíacas;
– Pessoas sedentárias com sobrepeso;
– Idosos;
– Gestantes;
– Atletas de alto nível.
Para esses grupos, é sempre recomendável consultar profissionais de saúde, educação física e nutrição antes de adotar qualquer prática de jejum.
Pode te interessar também: O que comer depois do treino à noite?
Conteúdo por: Fernanda Sene – Assessora de comunicação da Faculdade UNIGUAÇU
Revisão: Talita Szidlovski – Redatora da Faculdade UNIGUAÇU