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Por Pietra Fogaça

Graduanda em nutrição pela UFRGS, antropometrista ISAK nível 1 e atleta de fisiculturismo.

Efeito sanfona

Postado em 30/10/2023 às 08h:00

O “efeito sanfona” pode ser definido como um processo de recuperação rápida do peso ou então um processo marcado por variações cíclicas no peso.
Infelizmente, esse processo é sim muito comum e pode acabar prejudicando o metabolismo do indivíduo, principalmente em pessoas que não são obesas pois tende a prejudicar a sensibilidade à insulina, além de também contribuir com a redução do gasto energético ao longo do tempo. Ademais, é justamente por isso que muitos indivíduos afirmam que a primeira dieta que fez foi mais fácil para perder peso, mas foi mais fácil pois o metabolismo respondia melhor.

Uma das possíveis explicações para esse efeito rebote é que, quando o indivíduo perde peso, por mais que a tendência seja perder mais massa gorda, esse indivíduo também perde um pouco de massa magra. Entretanto, quando a pessoa começa a comer mais “livre” depois de um período de restrição/emagrecimento, a tendência é que a massa gorda vá aumentando mais rápido que a massa magra.

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Quando a pessoa começa a comer intuitivo após uma restrição/perda de peso ela entra em um estado HIPERFÁGICO (descontrole alimentar) temporário, mas a pessoa só sai desse estado hiperfágico quando a massa magra é RECUPERADA totalmente igual a antes da perda de peso. No entanto, até que se recupere tudo, a massa gorda já está muito maior. Ou seja, não é só a nossa massa gorda (leptina) que regula a nossa ingestão alimentar, a massa muscular/magra também tem uma sinalização nesse sentido, e isso é um controle endócrino do nosso corpo (automático).

O sucesso no emagrecimento é definido como uma perda de pelo menos 10% do peso, e é necessário que essa perda de peso seja mantida por 1 ano pelo menos, pois isso já provoca uma melhora significativa na saúde cardiometabólica, na pressão arterial, no perfil lipídico, etc. Quanto maior o tempo que o indivíduo consegue se manter emagrecido, maior a chance de sucesso no longo prazo.

Por fim, vale ressalvar que apenas cerca de 20% das pessoas são bem- sucedidas na manutenção da perda de peso a longo prazo, ou seja, é um processo desafiador que requer auxílio multiprofissional.

Texto por: Pietra Fogaça – Graduanda em nutrição

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