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Por Pietra Fogaça

Graduanda em nutrição pela UFRGS, antropometrista ISAK nível 1 e atleta de fisiculturismo.

Flexibilidade metabólica

Postado em 11/11/2023 às 10h:15

O termo flexibilidade metabólica foi cunhado por Kelley et al. em 1999, quando estudaram a seleção de combustível no músculo esquelético em indivíduos magros e obesos após um jejum noturno. Especificamente, eles descobriram que o músculo esquelético de indivíduos magros possuía uma capacidade notável de adaptar a preferência de combustível ao jejum e infusões de insulina e, portanto, foram designados como “metabolicamente flexíveis”.

Ou seja, o indivíduo magro – quando está em jejum e está com os seus níveis de insulina mais baixos – terá o seu músculo oxidando preferencialmente gordura (quando há menos insulina há também maior lipólise e consequentemente, maior oxidação de gordura). Quando esse indivíduo realiza uma refeição e os seus níveis de insulina aumentam, o músculo dele passa a oxidar mais carboidrato e, então, “desliga” a oxidação de gorduras.

No entanto, no caso do indivíduo com obesidade, isso não funciona tão bem assim… Quando o indivíduo com obesidade está em jejum ele até queima mais gordura, mas não de forma tão eficiente quanto o indivíduo eutrófico. Além disso, quando o indivíduo com obesidade faz a refeição e aumenta os seus níveis de insulina, ele até queima carboidratos, mas não de forma tão eficiente quanto o indivíduo magro.

Essa eficiência para queimar combustível é importante, pois, quando a insulina aumenta, se ela faz o trabalho dela de forma eficiente (insulina sobe, aumenta a captação e oxidação de glicose, inibe a captação e oxidação de gordura, que é importante pois se ela não fizer isso acabará favorecendo o acúmulo de gordura devido a maior lentidão da resposta à insulina por meio desse indivíduo, acarretando em resistência à insulina) ela não precisará ficar muito tempo elevada e logo baixará.

O músculo esquelético muda de taxas mais altas de oxidação de ácidos graxos (gordura) durante condições de sono/pós absorção para maior oxidação e armazenamento de glicose após a alimentação, e redução da oxidação de ácidos graxos.
O tecido adiposo muda de taxas mais altas de lipólise para a supressão da lipólise e armazenamento de gordura durante a transição do jejum para o estado alimentado.

Um metabolismo flexível é um metabolismo que faz essa transição de forma eficiente entre o jejum e a alimentação (entre o uso de substratos). Enquanto o indivíduo menos flexíveis metabolicamente (mais resistente à insulina, com obesidade, etc) é mais “atrapalhado” para fazer essa transição de oxidação de substrato, o que tende a dificultar a perda de gordura e também acaba tendo maior facilidade para acumular gordura.

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Contudo, nós podemos melhorar a nossa flexibilidade metabólica, principalmente fazendo uma dieta hipocalórica (reduzida em calorias, com déficit calórico), mas também fazendo exercício físico (o exercício físico aumenta a flexibilidade metabólica pois ele aumenta a sensibilidade à insulina e, com isso, aumenta a capacidade de oxidação do substrato).
A flexibilidade do músculo esquelético para alternar entre gordura oxidante e glicose está relacionada à sensibilidade à insulina, à porcentagem de gordura corporal e à boa forma.

Texto por: Pietra Fogaça – Graduanda em nutrição

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