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Nova diretriz da ABESO redefine tratamento da obesidade no BR

Postado em 10/12/2025 às 16h:45

A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) antecipou a divulgação das recomendações da nova Diretriz de Tratamento Farmacológico da Obesidade, documento que atualiza critérios clínicos, uso racional de medicamentos e estratégias para manejo da doença. Com base nas informações divulgadas, os principais pontos de destaque dessas novas diretrizes são:

Visão da obesidade como doença crônica

  • Doença Crônica e Progressiva: O documento reforça a obesidade como uma doença crônica que exige tratamento contínuo e individualizado, mudando o foco de uma condição de “estilo de vida” para uma doença complexa.
  • Tratamento de Longo Prazo: Há uma ênfase na manutenção terapêutica e no acompanhamento de longo prazo, já que a interrupção da medicação geralmente leva ao reganho de peso.

Novas metas e foco no risco cardiovascular

  • Objetivos Mais Realistas: A meta de perda de peso recomendada é a redução sustentada de pelo menos 10% do peso corporal, com foco primário na melhoria da qualidade de vida, funcionalidade e, sobretudo, no controle das comorbidades (diabetes, hipertensão, apneia do sono, etc.).
  • Prioridade no Risco Cardiovascular (RCV): Um foco importante é a avaliação e categorização do risco cardiovascular de todos os pacientes com sobrepeso ou obesidade, recomendando a perda de peso para reduzir fatores de risco CV e prevenir eventos.
  • Recomendações Específicas: Existem recomendações detalhadas para pacientes com doença cardiovascular estabelecida e para aqueles com diabetes tipo 2 e RCV elevado.

Uso racional dos novos medicamentos

  • Agonistas de GLP-1 (e Coagonistas): A diretriz prioriza o uso de medicamentos com alta eficácia e segurança comprovada, como os agonistas do receptor de GLP-1 (como semaglutida – Wegovy/Ozempic) e os coagonistas dos receptores GLP-1/GIP (como tirzepatida – Mounjaro).
    • Eles são recomendados para indivíduos com sobrepeso ou obesidade e risco cardiovascular moderado/alto para redução de peso e fatores de risco.
  • Manutenção Terapêutica: O tratamento farmacológico deve ser visto como uma terapia de manutenção, e não uma cura, devido ao risco de reganho de peso após a interrupção.

Atenção a grupos específicos

  • Foram incluídas recomendações específicas para populações que antes tinham menos orientação clara, como:
    • Idosos com sarcopenia (perda de massa muscular).
    • Pessoas com insuficiência cardíaca (especialmente com fração de ejeção preservada – ICFEp).
    • Pacientes com apneia obstrutiva do sono.
    • Pacientes com câncer associado à obesidade.

Abordagem e Método

  • Decisão Compartilhada: O documento orienta os profissionais de saúde a dialogar com os pacientes, considerando suas preferências, condições clínicas, comportamentais e socioeconômicas na definição das metas de tratamento.
  • Painel Multidisciplinar e Pacientes: O processo de elaboração incluiu um painel multidisciplinar e, de forma inédita e essencial, a participação de uma representante de pacientes que vivem com obesidade, garantindo que as recomendações estejam alinhadas à realidade da população-alvo.

Em resumo, as diretrizes de 2026 refletem os avanços na farmacologia, consolidam a obesidade como doença crônica e enfatizam uma abordagem mais individualizada, contínua e focada na saúde cardiometabólica do paciente.

📘 Leitura da diretriz completa
A diretriz atualizada e os posicionamentos oficiais da ABESO sobre o tratamento farmacológico da obesidade podem ser consultados AQUI!

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