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Outubro Rosa: a saúde da mulher além dos exames ginecológicos

Postado em 04/10/2024 às 09h:00

Câncer é um diagnóstico difícil de digerir, uma palavra difícil de ser dita, e muitas pessoas evitam até pronunciá-la. É uma doença silenciosa, e que afeta milhares de pessoas no mundo, considerada uma epidemia global, infelizmente tende a aumentar nos próximos anos.  Os tumores de mama são mais incidentes entre mulheres, liderando o ranking dos que mais matam a população feminina.

Projeções do Instituto Nacional do Câncer (INCA), indicam que em 2023 devem ser registrados 73.610 novos casos de câncer de mama, número que representa 10,5% de todos os diagnósticos da doença no Brasil – ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma, que compreende 31,3% do total de casos de forma geral. São estimados 11,84 óbitos pela doença a cada 100 mil mulheres, ainda conforme o INCA. Porém, a partir do diagnóstico precoce, é possível encontrar lesões em estágios iniciais e barrar que o câncer de mama avance. 

“A melhor maneira de conter a doença é investir em prevenção, acompanhamento e rastreamento para que o câncer seja descoberto cada vez mais precocemente. Todas mulheres devem realizar um check-up ginecológico todos os anos. Se houver casos de câncer na família, esse cuidado deve ser intensificado. Casos descobertos logo no início têm mais chances de serem tratados. É importante assumir as rédeas, ter atitudes para valorizar a saúde e a vida, como, por exemplo, ter uma alimentação saudável, manter o peso corporal, praticar atividade física regularmente, não ingerir bebida alcoólica e não fumar, são ações que ajudam a reduzir 28% o risco de desenvolver câncer de mama.”, alerta Alberto Guimarães, ginecologista.

A vida moderna é repleta de facilidades e muitas delas podem prejudicar a saúde lentamente. Comida congelada, excesso de açúcar, frituras, consumo exagerado de refrigerantes e bebidas alcoólicas. O sobrepeso e a obesidade são comuns em todo o mundo e mais de 60% da população adulta tem sobrepeso ou é obesa.

A combinação de dieta e peso corporal saudável, juntamente com os níveis recomendados de atividade física, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer. O peso corporal excessivo é responsável por uma grande proporção dos casos de câncer, entre eles esôfago, rim, endométrio, mama, cólon e reto.

É notório que a prática de atividade física é importante em todas as fases da vida e nunca é tarde para começar. “Cerca de 30% dos adultos em todo o mundo não seguem a recomendação da OMS de fazer 150 minutos de atividade moderada, ou seja, 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. Mudar o cardápio é fundamental para que a mudança seja real. A reeducação alimentar e a atividade física fazem toda a diferença para ter um novo estilo de vida”, afirma Dudu Netto, profissional de Educação Física e coordenador e professor do curso de MBA em Gestão Fitness da Faculdade UNIGUAÇU.

Não há dúvidas de que o câncer é um enorme desafio à saúde pública e que exige foco em ações emergenciais de prevenção e controle. Os constantes avanços na medicina permitem a possibilidade de tratamentos extremamente eficazes, que envolvem desde a remoção do tumor até o uso de drogas de quimioterapia ou radiação com o objetivo de liquidar as células cancerígenas. Infelizmente, a ação desses tipos de tratamento também afeta as células saudáveis, provocando efeitos secundários relevantes, como, perda de cabelo, diminuição da imunidade e até efeitos que repercutem diretamente na nossa capacidade de viver com qualidade.

A prática regular de exercício físico de forma estruturada e com a devida orientação pode reverter esse quadro, seja na melhoria da qualidade de vida do paciente ou na tolerância aos diversos tratamentos. Há evidências de que a atividade física pode ser benéfica em três formas de gerir o câncer e seus sintomas:

  • Combinado a práticas de estilo de vida saudável, o exercício físico parece prevenir certos tipos de cânceres – os casos da doença ocorrem com menor frequência em pessoas fisicamente ativas;
  • Para quem já está sob tratamento, o exercício beneficia a função física e alivia a fadiga, as náuseas e a depressão. A prática regular de exercício físico ajuda no controle de hormônios que estimulam a propagação das células cancerígenas;
  • O exercício permite que as pessoas recuperem suas funções físicas e retornem a um estilo de vida mais saudável e ativo;

Do ponto de vista científico, embora a relação entre atividade física e câncer não esteja definitivamente esclarecida, as informações disponíveis são extremamente contundentes e nos permitem afirmar que todas as pessoas diagnosticadas com alguns tipos de câncer devem investir na prática regular de exercícios com a mesma energia e dedicação com que enfrentam cirurgias e demais formas de tratamentos.

Os benefícios estão relacionados aos seguintes fatores:

·         Estímulo nos receptores de insulina nas células que combatem o câncer;
·         Melhoria na função do sistema imunológico;
·         Aceleração no metabolismo do ácido ascórbico;
·         Redução da formação e evolução de tumores cancerígenos;
·         Regulação dos radicais livres;
·         Melhoria no funcionamento do aparelho intestinal;
·         Melhoria da autoestima, do humor e da qualidade de vida.

O sedentarismo é responsável por uma proporção significativa dos casos de câncer de cólon – aproximadamente 15% no Brasil. Os dados são alarmantes: anualmente, são cerca de 600 mil novos casos, e o câncer é a segunda causa de morte entre a população brasileira, atingindo mais de 25 mil pessoas. A estimativa é que, “até os 75 anos de idade, um em cada cinco brasileiros desenvolva algum tipo de câncer”, alerta o Atlas do Câncer, publicação que teve sua primeira versão traduzida para o português em parceria com o Hospital de Amor (Barretos), instituição de prestígio internacional na área da saúde.

A educadora física Adriana Cardoso, 53 anos, ativa, adepta de alimentação saudável, sempre teve uma vida regrada. Durante um check-up anual de rotina, em outubro de 2019, foi surpreendida com o diagnóstico de câncer de mama.

“Ao realizar os exames de rotina ultrassom e mamografia, foi identificado uma calcificação atípica. O ginecologista, então, solicitou uma mamotomia (biópsia), que confirmou o resultado da mamografia. Ao procurar o mastologista, recomendou-me realizar uma cirurgia.

Foi retirado um fragmento da mama (menor que um quadrante), e uma parte do material retirado foi avaliada na sala de cirurgia e a outra parte foi enviada para o laboratório. Quinze dias após o procedimento, foi detectado um carcinoma in sito grau 2 (o tipo mais comum de câncer entre as mulheres).

Não é fácil receber este tipo de diagnóstico, assusta, preocupa, é como se o tempo parasse por alguns minutos.  Recuperada do susto, decidi partir para a parte prática, não sou mulher de ficar parada, esperando a vida acontecer, gosto de ação e solução.

Com esse resultado, era preciso retirar mais uma parte da mama e ficaria com uma diferença grande. Minha decisão foi retirar toda a mama e realizar a reconstrução no mesmo dia. Então, veio a pandemia e mudou todos os planos. A cirurgia foi adiada. Neste período, para inibir a evolução do câncer, fiz hormônio terapia, tratamento que vai durar cinco anos para evitar que a doença afete a outra mama.”

O caso da educadora física mostra a importância do diagnóstico precoce e a importância de ter uma vida saudável com exercícios e alimentação balanceada. A atividade física melhora a imunidade, aperfeiçoa as funções do corpo, tornando a recuperação mais rápida. Adriana não precisou realizar quimioterapia ou radioterapia. Prevenção é a palavra-chave para o tratamento do câncer ou de qualquer outro tipo de doença.

Leia também: O que é síndrome dos ovários policísticos (SOP)?

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