Metabolismo dos carboidratos
Postado em 06/02/2024 às 15h:25
Os carboidratos, do ponto de vista químico, podem ser chamados também de açúcares, glicídios, sacarídeos ou “oses”, pois todos possuem características químicas comuns, são cadeias carbônicas que são ou aldeídos ou cetonas.
O que define que uma molécula é um carboidrato é a presença de uma cadeia carbonada que é ou um ALDEÍDO (carbono com ligação dupla com oxigênio na ponta da cadeia) ou é uma CETONA (molécula que tem na sua cadeia carbônica uma ligação dupla com o oxigênio, mas esse carbono que faz essa ligação dupla está no meio da cadeia carbônica).
Além disso, todos os carbonos são POLIÓIS, e um poliol é um “poli álcool”, tem vários grupos hidroxila (OH). Outra característica importante que diferencia um carboidrato de outro é o NÚMERO DE CARBONOS que ele tem em sua estrutura.
Nós temos carboidratos de poucos carbonos e outros de muitos, e isso faz uma denominação nesses carboidratos: “trioses”, “hexoses”, “pentoses” e “aldotriose” (um aldeído com 3 carbonos, exemplo: gliceraldeído).
Um carbono “quiral” (anômero) possui quatro ligantes diferentes, e os nossos carboidratos têm esse tipo de carbono. Essa característica permite que essa molécula possa formar formas estereoisoméricas, ou seja, moléculas com composição atômica igual, porém organização espacial diferente (como os formatos espelhados dos aminoácidos).
Há carboidratos do tipo D e carboidratos do tipo L e, diferentemente dos aminoácidos, quem participa predominantemente no nosso metabolismo são os carboidratos do tipo D (carboidratos de estereoisomeria “D”).
Os carboidratos são encontrados em vários alimentos, em diferentes formas (organização desses vários anéis, formando carboidratos mais SIMPLES ou mais COMPLEXOS).
Dois monossacarídeos podem se ligar por uma ligação glicosídica e formar um dissacarídeo, como a lactose (glicose + galactose), mas a maneira com que os monossacarídeos se ligam por ligação glicosídica pode ser diferente, pois eles podem se ligar entre o carbono 1 da galactose e o carbono 4 da glicose, como na lactose e, além disso, esses dois anéis envolvidos na ligação podem ter se fechado em um formato beta ou alfa.
No caso da lactose, a glicose e a galactose são no formato beta, então ao todo ficou uma ligação beta 1-4, formando o nosso dissacarídeo lactose, no entanto, a molécula de sacarose (glicose + frutose) é diferente pois a frutose dela está na forma de beta e a glicose (hexágono) na forma alfa. Ou seja, fica uma ligação ALFA1-BETA2, pois o oxigênio do carbono 1 da glicose está para baixo (é alfa) e ele se liga com o carbono dois da frutose (que é beta).
No caso da trealose, são duas glicoses idênticas que se ligam (ALFA1-ALFA1).
A maltose também é duas glicoses, mas é diferente da trealose, a ligação é entre o C1 e o C4. Dos dissacarídeos, conseguimos fazer ligações glicosídicas e formar moléculas maiores, sendo o oligossacarídeo uma molécula mais intermediária ali.
Ainda, há os polissacarídeos, que são mais de 9/10 monossacarídeos unidos. Os poli podem ser classificados em HOMOPOLISSACARÍDEOS (só há um tipo de monossacarídeo ali; pode ser ramificado ou não) ou HETEROPOLISSACARÍDEOS (há mais de um tipo de monossacarídeo compondo ali).
Uma ramificação é um ponto onde criamos uma nova “tripinha” a partir da original, para isso acontecer precisamos que 1 desses nossos sacrídeos faça uma ligação química a mais.
A amilose, um tipo de polissacarídeo presente no amido, forma uma tripa linear de moléculas de glicose unidas por ligações alfa1-4. Mas, no amido, também temos a amilopectina, que é um polissacarídeo RAMIFICADO, ou seja, um monossacarídeo da cadeia linear dela tem a habilidade de fazer uma ligação além daquela normal que eles fazem (alfa 1-4) com os dois monossacarídeos vizinhos dele, ele consegue se ligar de forma ALFA 1-6 também, com um carboidrato de cima.
Texto por: Pietra Fogaça – Graduanda em nutrição
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