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Os efeitos da testosterona na performance e saúde da mulher

Postado em 19/08/2024 às 17h:25

Os efeitos da testosterona e de seus derivados, como a di-hidrotestosterona (DHT), podem ser classificados em três categorias principais: efeitos anabólicos, efeitos androgênicos e efeitos colaterais.

Efeitos Anabólicos

Os efeitos anabólicos se referem aos efeitos da testosterona e de seus derivados que promovem o crescimento e a síntese de tecido corporal, principalmente tecido muscular e ósseo. A testosterona estimula a síntese proteica nos músculos, resultando em um aumento da massa muscular e força. Além disso, os efeitos anabólicos incluem o aumento da densidade mineral óssea, o que pode ajudar a prevenir a osteoporose e melhorar a saúde dos ossos.

Efeitos Androgênicos

Os efeitos androgênicos se referem aos efeitos da testosterona e de seus derivados que estão relacionados ao desenvolvimento e manutenção das características sexuais masculinas. Isso inclui o desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos durante o desenvolvimento fetal, a profundização da voz, o crescimento de pelos faciais e corporais, a distribuição de gordura corporal e a libido. A di-hidrotestosterona (DHT) é especialmente potente em termos de efeitos androgênicos e desempenha um papel crítico no desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos.

Efeitos Colaterais

Os efeitos colaterais dos hormônios esteroidais, como a testosterona e seus derivados, podem ocorrer quando são usados em doses excessivas ou por períodos prolongados.
Entre os efeitos colaterais comuns estão a acne, a retenção de líquidos, a ginecomastia (desenvolvimento de tecido mamário em homens), a calvície de padrão masculino, alterações de humor, agressividade, distúrbios do sono e alterações nos níveis de colesterol.

Em homens, o uso excessivo de esteroides pode levar à supressão da produção natural de testosterona, atrofia testicular e infertilidade temporária ou permanente.
Em mulheres, os efeitos colaterais podem incluir virilização (desenvolvimento de características sexuais masculinas), irregularidades menstruais e alterações na voz.

Além disso, o uso impróprio de esteroides anabolizantes pode levar a problemas de saúde graves, como danos ao fígado, problemas cardiovasculares e distúrbios psicológicos.

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Quando as mulheres fazem uso de testosterona em doses não prescritas ou sem supervisão médica adequada, podem ocorrer uma série de efeitos colaterais e sinais clínicos associados ao aumento dos níveis desse hormônio no organismo. Alguns dos sinais e sintomas clínicos mais comuns incluem:

Acne: O aumento dos níveis de testosterona pode levar a um aumento da produção de sebo na pele, o que pode obstruir os poros e contribuir para o desenvolvimento de acne. As lesões de acne podem aparecer no rosto, peito, costas e ombros.
Alopecia: O uso de testosterona em mulheres pode aumentar o risco de alopecia, especialmente alopecia de padrão masculino. Isso pode se manifestar como uma diminuição gradual na densidade capilar, especialmente na região frontal do couro cabeludo e na linha do cabelo.
Clitoromegalia: O uso não supervisionado de testosterona em mulheres pode levar ao crescimento excessivo do clitóris, resultando em clitoromegalia. Isso ocorre devido à atividade androgênica da testosterona, que pode causar o aumento do tamanho do clitóris.
Hirsutismo: O hirsutismo é um efeito colateral comum do uso de testosterona em mulheres. Isso se manifesta como o crescimento excessivo de pelos grossos e escuros em áreas do corpo onde os homens geralmente têm pelos, como o rosto, o peito, as costas e o abdômen.

Além desses sinais e sintomas, o uso de testosterona em mulheres também pode estar associado a outros efeitos colaterais, como distúrbios menstruais, alterações de voz, diminuição dos seios, alterações de humor e comportamentais, bem como riscos à saúde cardiovascular, como aumento do colesterol e pressão arterial. Se houver preocupações com sintomas hormonais ou questões relacionadas ao desenvolvimento físico, é importante procurar orientação médica para uma avaliação adequada e opções de tratamento seguras e eficazes.

Chegar a um consenso sobre o uso de testosterona ou esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) em mulheres requer uma abordagem multidisciplinar fundamentada em evidências. É essencial realizar revisões sistemáticas da literatura para compilar evidências abrangentes sobre os efeitos do uso dessas substâncias em mulheres, abordando tanto os benefícios quanto os riscos e efeitos colaterais associados. Uma vez comprovadas as evidências, é importante disseminar as diretrizes resultantes entre profissionais de saúde, pacientes e o público em geral. A disseminação dessas diretrizes visa aumentar a conscientização sobre o uso adequado e seguro de testosterona e EAA em mulheres, promovendo uma prática clínica baseada em evidências e o bem-estar das pacientes.

Na prática clínica, é comum observar uma abordagem inadequada na solicitação de exames laboratoriais e de imagem em mulheres. Muitas vezes, esses procedimentos são requisitados sem a devida ponderação sobre o papel complementar que devem desempenhar em relação à anamnese e ao exame físico específicos do público feminino. Entretanto, a maneira apropriada de solicitar estes exames, independentemente do propósito, é empregá-los como ferramentas secundárias para corroborar as informações obtidas durante a consulta.

Artigo escrito por: Dr. Márcio Bacci – CRM-SP 100866

dr.marciobacci

Sobre Márcio Bacci:
Médico formado pela Universidade São Francisco em 2000 com residência médica em Cirurgia Geral pelo Hospital Universitário São Francisco. É especialista em Endoscopia Digestiva pelo Hospital Sírio Libanês, especialista em Estética Médica pelo IBRAPE- SP, pós-graduado em Medicina do Exercício e do Esporte pelo Instituto BWS e pós-graduado em Bodybuilding Coach São Paulo pela BBSFS.

Márcio é certificado pelo HTCA (Hormone Therapy Centers of America), Texas,  certificado pela Harvard Medical School (Clinical Endocrinology), certificado pela Harvard Medical School (Testosterone Therapy and Sexual Dysfunction) e coordenador dos cursos de pós-graduação em Medicina do Esporte e Medicina do Estilo de Vida pela Faculdade UNIGUAÇU, além de atleta de Bodybuilding.

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