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Uma reflexão sobre o “comer emocional”

Postado em 03/10/2025 às 11h:50

É sempre um desafio identificar os gatilhos que nos levam a comer, principalmente alimentos mais calóricos e em grandes quantidades. Buscamos explicar arbitrariamente o motivo pelo qual estamos ingerindo certos alimentos, porém, nem sempre esse relato é confiável.
Alguns alegam que são viciados, outros que o alimento em questão é seu ponto fraco ou que determinada emoção é a responsável pelo seu comportamento alimentar inadequado. Essas informações, embora sejam suficientemente satisfatórias para quem explica, são incompletas e muitas vezes erradas.

A legitimação do comportamento por parte dessas narrativas ofusca as reais variáveis de influência e ainda dificultam a mudança, pois as explicações são circulares e sem clareza, representando algo como se não tivéssemos controle, e não é o caso.

Os comportamentos ocorrem sob o controle estímulos e das suas consequências, sendo esses específicos ao contexto, logo, quando você consome o alimento, há uma variedade de estímulos prévios que participam da evocação do comportamento, enquanto a emoção, também resultado desses estímulos antecedentes, podem, ou não, influenciar o comportamento em questão.

Curiosamente, os estudos observaram que o papel das emoções na ingestão de alimentos são discretas, dependente do contexto e das outras varáveis de apoio, resultado de um história de aprendizado associativo de sua experiência pessoal e sociocultural.

Por exemplo, provavelmente você comerá mais pizza em um rodízio que em um restaurante à la carte, você comerá mais chocolate na TPM que em outras situações, mesmo que as reações emocionais associadas a tristeza e angústia se repitam, seu consumo de alimentos “relacionados a ansiedade” será mais em casa que no trabalho.

Portanto, tanto o consumo de alimentos quanto as repostas emocionais são subordinados ao contexto e, em geral, não há uma tendência generalizada de que uma emoção leve ao consumo de alimentos e, quando isso ocorre, essas reações são discretas e subordinadas ao contexto. Identificar detalhadamente as variáveis de influência e o contexto onde o comportamento ocorre é ponto inicial, em seguida, a função e o significado relacional.

Escrito por: Michael Alexandre dos Santos – Nutricionista CRN: 51587

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