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Por Pietra Fogaça

Graduanda em nutrição pela UFRGS, antropometrista ISAK nível 1 e atleta de fisiculturismo.

Dieta Low Carb no emagrecimento: como utilizar?

Postado em 27/09/2023 às 09h:44

Muitos indivíduos, quando estão em busca de emagrecimento (processo de perda de gordura corporal) acabam, em um primeiro momento, recorrendo a uma “dieta low carb” (também conhecida como uma dieta reduzida em carboidratos).
Por mais que essa possa sim ser uma estratégia alimentar válida, a escolha do padrão alimentar a ser seguido deve considerar diversos aspectos individuais de cada pessoa, e quem deve analisar e considerar esses aspectos é um bom profissional da nutrição. Ou seja, antes de iniciar um planejamento alimentar específico, certifique- se de que realmente você está se direcionando ao melhor caminho considerando as tuas características, e a melhor maneira de fazer isso é procurando um bom nutricionista.

Para entendermos sobre dieta low carb propriamente dita, precisamos primeiro definir o que seria uma dieta baixa em carboidratos, e é aqui que começa a grande “confusão” desse tipo de planejamento alimentar.

Atualmente, de forma geral, não há um consenso sobre qual a quantidade mínima e máxima do macronutriente carboidrato presente na dieta para que essa seja considerada baixa em carboidratos. No entanto, na prática clínica, considera-se uma “dieta low carb” aquela dieta que possui menos de 40% das suas calorias totais advindas de carboidratos, ou então possui cerca de 50 a 150g de carboidrato ao dia.

Repare, então, que se trata de uma grande variação na quantidade de carboidratos, sendo impossível “colocar todas as dietas low carb em um mesmo pacote”, já que consumir 10% do valor energético total (VET) em carboidrato, por dia, é completamente diferente de consumir 40% do VET em carboidratos, ao dia. Dessa forma, é importante compreendermos que existem muitas possibilidades dentro de uma dieta reduzida em carboidratos, podendo essa ser uma cetogênica (muito baixa em carboidratos, com apenas cerca de 10% do VET em carboidratos) ou então uma dieta comum (com 40% do VET em carboidratos).

Outro ponto importante de analisarmos é a escolha dos alimentos dessas dietas baixas em carboidratos. Muitos indivíduos acabam excluindo as frutas da dieta por acreditarem que são muito ricas em carboidratos e, dessa maneira, acabam estimulando mais a liberação do hormônio insulina e, por isso, acabam “engordando” o indivíduo. Isso não passa de uma grande confusão e inverdade, ainda que as frutas sejam sim majoritariamente fontes de carboidratos.

A verdade é que, por mais que praticamente todas as frutas sejam ricas em carboidratos, ainda assim há diversas opções de frutas que fornecem uma quantidade TOTAL de gramas de carboidratos relativamente BAIXAS por porção consumida.
Ou seja, você teria que, por exemplo, consumir um caminhão de morango (ou melão, por exemplo) para conseguir ingerir uma quantidade elevada de gramas de carboidratos! Ademais, há uma opção de fruta que não é fonte de carboidratos e sim gordura, o abacate.

Além disso, quanto ao mito da “insulina engorda”, é necessário compreendermos que, por mais que seja um hormônio que tem como uma de suas ações – lembrando que a insulina tem muitas outras ações – estimular a formação de gordura, isso só ocorre em um cenário de entrada excedente de calorias frente ao gasto calórico. Ou seja, você pode estimular a liberação de insulina o quanto quiser, mas só irá engordar se estiver, no contexto GERAL da sua alimentação, consumindo MAIS calorias totais do que conseguiu gastar. E essas calorias podem – e normalmente é isso que acontece também – vir através do consumo de gorduras, ok?

Por fim, é importante ressaltar que, pensando em emagrecimento, nenhuma linha de dieta é superior a outra, pois o que realmente importa é a ADESÃO que o indivíduo consegue ou não ter com aquele planejamento alimentar. Se o indivíduo só consegue seguir por uma semana e depois já perde totalmente a adesão e acaba descompensado a ingestão energética, pode ser que esse planejamento – ou “linha de dieta” escolhida – não seja o mais adequado/ideal para ele, considerando suas características, rotina e preferências.

Texto por: Pietra FogaçaGraduanda em nutrição

Leia também: Diferentes tipos de dietas e qual aderir na sua alimentação

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