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Por Pietra Fogaça

Graduanda em nutrição pela UFRGS, antropometrista ISAK nível 1 e atleta de fisiculturismo.

Entenda tudo sobre os ômegas

Postado em 10/02/2024 às 09h:00

Primeiramente, é importante entendermos que o ômega 3, na verdade, faz parte de uma família de ácidos graxos essenciais poli-insaturados (PUFA) com atividade anti-inflamatória. Ou seja, essas gorduras não são produzidas pelo nosso próprio corpo (por isso são chamadas de “essenciais”) e, portanto, devem ser ingeridas através da dieta ou suplementação.

Esses ácidos graxos irão agir em dois pontos nutrigenômicos através do processo conhecido como “expressão gênica”. Eles irão agir tanto no PPAR (receptores acoplados a proliferadores de peroxissomos, é um fator de transcrição) quanto no RAPG (receptores acoplados à proteína G).

Essa família de ácidos graxos essenciais pode ser dividida principalmente em ácido docosahexaenóico (DHA), que exercerá uma ação cerebral, ocular e na saúde em geral, e também em ácido eicosapentaenoico (EPA), que é mais relacionado com a saúde das articulações e com a saúde cardíaca.

O ômega 3 contribui grandemente para a fluidez dos eritrócitos (conhecidos também como hemácias ou glóbulos vermelhos), o que é muito importante pois os eritrócitos carregam o oxigênio. Logo, essas hemácias precisam ser bastante maleáveis/deformáveis, pois assim conseguem passar mais “espremidas” através dos capilares e, consequentemente, conseguem passar em maior quantidade e, assim, entregar mais oxigênio para o músculo.

Um indivíduo diabético com HbA1c (hemoglobina glicada) em 10%, por exemplo, significa que 10% da hemoglobina dele está na forma glicada e, portanto, 10% dela não é capaz de carregar o oxigênio pelo sangue. E é justamente por isso que um dos maiores riscos do diabético descompensado (aquele que não consegue manter a glicemia em níveis controlados) é sofrer o processo de necrose tecidual nas extremidades dele, pois ocorre uma hipóxia (falta de chegada de oxigênio na região), já que a hemoglobina dele está na forma glicada.

O ômega 3 também pode auxiliar na atenuação de “sintomas de asma induzida pelo exercício” (AIE), que ocorre no atleta de endurance que treina em locais mais frios ou então em horários mais cedo do dia, etc. Além disso, o ômega 3 atua também na atenuação da inflamação muscular (bloqueando ali o NF-kB0, que influencia na fadiga muscular).

Por fim, quanto à suplementação desses ácidos graxos essenciais, é válido ingerir a(s) cápsula(s) de ômega 3 preferencialmente no almoço ou no jantar, pois são refeições com maior conteúdo de fibra insolúvel e de fibra não solúvel (que carreiam a gordura).

O ômega 6, por outro lado, é uma família de ácidos graxos essenciais poli-insaturados (PUFA) com atividade pró-inflamatória e anti-inflamatória. Ou seja, nem todo o ômega 6 é pró-inflamatório, pois a formação de ácido araquidônico pelo ômega 6 depende muito do contexto da dieta do indivíduo.

Por fim, é importante ressaltarmos que o ômega 9 é uma família de ácidos graxos monoinsaturados (MUFA) não essencial (nosso corpo consegue produzir sozinho) com atividade anti-inflamatória.
Quando falamos de ômega 9, geralmente estaremos falando de “ácido oleico”, já que esse é o mais abundante na natureza, e é muito presente em gorduras como azeite de oliva, abacate e oleaginosas.

Texto por: Pietra Fogaça – Graduanda em nutrição

Leia também sobre: Nutrição e imunodeficiências!

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