Guia de anamnese para emagrecimento – perguntas indipensáveis
Postado em 22/04/2025 às 11h:00
A anamnese é um dos principais pilares da avaliação nutricional. Quando o objetivo do paciente é a perda de peso, essa etapa torna-se ainda mais crucial. Um bom roteiro de anamnese permite identificar causas subjacentes, obstáculos comportamentais e fatores fisiológicos que interferem no processo de emagrecimento. Este artigo apresenta um pequeno guia prático com perguntas-chave, divididas por áreas temáticas, que todo nutricionista deve considerar ao conduzir a consulta e construção da anamnese de um paciente com objetivo de emagrecimento.
1. Objetivo e Motivação
Entender o porquê e para quê do emagrecimento ajuda a nortear o plano alimentar e prever o engajamento do paciente.
Qual é o seu principal objetivo com o emagrecimento?
O que te motivou a buscar ajuda neste momento específico?
Qual seria um peso ou resultado com o qual você se sentiria satisfeito(a)?
Você já tentou emagrecer antes? O que funcionou ou não funcionou?
Você tem alguma meta com data específica (ex: evento, viagem, cirurgia)?
2. Histórico Clínico e Familiar
Investigar condições médicas e predisposições genéticas é essencial para evitar abordagens ineficazes ou prejudiciais.
Você possui alguma condição de saúde diagnosticada (hipotireoidismo, resistência à insulina, SOP, etc.)?
Está em uso de medicamentos contínuos ou esporádicos?
Tem histórico familiar de obesidade, diabetes, hipertensão ou outras doenças metabólicas?
Já realizou exames laboratoriais recentemente? (glicemia, perfil lipídico, TSH, etc.)
Como é o seu ciclo menstrual (caso aplicável)?
3. Avaliação do Comportamento Alimentar
Compreender os hábitos alimentares permite mapear padrões inadequados e propor mudanças viáveis.
Como é um dia típico da sua alimentação, do café da manhã até o jantar?
Você costuma beliscar entre as refeições? Em que momentos?
Come mais por fome física ou emocional?
Costuma comer assistindo TV, no celular ou em pé?
Há algum alimento que você considera “gatilho” para exageros?
Como é seu apetite em momentos de estresse, tristeza ou ansiedade?
4. Rotina e Estilo de Vida
O contexto da rotina ajuda a adaptar a dieta à realidade do paciente, facilitando a adesão.
Como é sua rotina de trabalho e horários de refeição?
Você cozinha com frequência ou depende de restaurantes/entregas?
Tem tempo e disposição para preparar suas refeições?
Como é a qualidade do sono (horas por noite, insônia, despertar noturno)?
Você pratica atividade física? Com que frequência e intensidade?
5. Aspectos Psicológicos e Relação com o Corpo
O emagrecimento sustentável exige acolhimento das questões emocionais que envolvem o peso e a autoimagem.
Como você se sente com seu corpo atualmente?
Você já se sentiu julgado(a) ou discriminado(a) por conta do seu peso?
Já passou por dietas restritivas ou comportamentos alimentares compulsivos?
Existe algum sentimento de culpa ou vergonha associado à comida?
Você sente que tem controle sobre sua alimentação?
6. Histórico de Dietas e Suplementação
Avaliar o passado ajuda a evitar erros já cometidos e identificar o que pode ter funcionado.
Já fez dietas com ou sem acompanhamento profissional? Quais?
Alguma vez já recorreu a jejum, dietas low carb, cetogênica ou detox?
Você já utilizou suplementos para emagrecer (naturais ou farmacológicos)?
Houve algum efeito colateral ou ganho de peso após essas tentativas?
7. Barreiras e Expectativas
Antecipar dificuldades ajuda na construção de estratégias mais realistas e personalizadas.
O que você acha que pode atrapalhar seu processo de emagrecimento?
Tem apoio da família ou amigos nesse objetivo?
Qual seu nível de disposição para mudanças alimentares e de estilo de vida? (0 a 10)
Como você reagiria diante de um platô de peso ou resultados lentos?
Considerações Finais
Em resumo, a anamnese é mais do que um checklist — é uma conversa terapêutica. Ao ouvir atentamente e acolher a história do paciente, o nutricionista estabelece um vínculo de confiança e consegue construir um plano individualizado, baseado em ciência e empatia.
Esse conjunto de perguntas pode ser adaptado conforme o perfil de cada paciente, sempre respeitando sua história, seus limites e sua autonomia – afinal, emagrecer vai muito além de contar calorias: trata-se de promover saúde, bem-estar e autoestima.
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