Metenolona: o que profissionais e entusiastas fitness precisam saber Metenolona: o que profissionais e entusiastas fitness precisam saber

Metenolona: o que profissionais e entusiastas fitness precisam saber

Postado em 10/10/2025 às 14h:15

A metenolona, também conhecida pelo nome comercial Primobolan, é um esteroide anabolizante amplamente discutido em contextos de performance e estética corporal. Embora seu uso clínico original tenha sido voltado ao tratamento de condições catabólicas – como perda muscular em pacientes crônicos ou caquexia , o interesse no meio esportivo decorre de suas propriedades anabólicas moderadas e baixo potencial androgênico.

1. Mecanismo de ação e características farmacológicas

A metenolona é um derivado da dihidro boldenona (DHB), pertencente à família dos derivados da Dihidrotestosterona (DHT), o que significa que ela não se converte em estrogênio por meio da aromatização. Essa característica a torna atrativa para quem busca ganhos “secos”, com menor retenção hídrica e risco reduzido de ginecomastia.

Sua ação anabólica se dá principalmente por meio da estimulação da síntese proteica e aumento da retenção de nitrogênio, favorecendo o ambiente anabólico muscular. Em comparação com compostos mais potentes, como o enantato de testosterona ou o nandrolona decanoato, a metenolona apresenta efeito mais sutil, porém mais sustentável e tolerável em termos de colaterais.

2. Formas e uso prático

Existem duas formas principais:

  • Metenolona enantato (injeção intramuscular) — de ação prolongada, com meia-vida de cerca de 7 a 10 dias;
  • Metenolona acetato (oral) — de ação curta, meia-vida entre 4 a 6 horas.

Na prática esportiva (embora o uso não seja legal fora de contextos médicos), a versão injetável é geralmente preferida por oferecer maior estabilidade plasmática e, assim como a forma oral, apresentar um baixo risco de hepatotoxicidade em comparação à maioria dos esteroides orais 17 alquilados.

3. Perfil de segurança e riscos associados

Apesar da fama de “esteroide leve”, a metenolona não é isenta de riscos. Pode provocar supressão do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, redução da produção natural de testosterona e alterações lipídicas — especialmente diminuição do HDL e aumento do LDL.

Em uso oral, o risco de estresse hepático é consideravelmente menor do que em outros orais (pois não é 17-α-alquilada); já em ambas as formas, pode haver queda na libido, alterações de humor e acne.

Para mulheres, a metenolona é considerada um dos compostos com menor risco de virilização, embora os efeitos (engrossamento da voz, aumento de pelos e irregularidade menstrual) ainda possam ocorrer, especialmente em doses altas ou ciclos prolongados.

4. Considerações éticas e profissionais

Para profissionais da saúde, nutricionistas e treinadores, compreender o funcionamento da metenolona vai além do simples conhecimento técnico. É fundamental entender o contexto fisiológico e psicológico em que o uso ocorre, os riscos associados à automedicação e a importância da educação preventiva.

Em ambientes de consultoria, academia ou atendimento clínico, o papel ético do profissional está em fornecer informação baseada em evidência, identificar sinais de uso e orientar estratégias seguras de acompanhamento, quando necessário.

5. Uso clínico e pesquisa atual

Embora seu uso esportivo seja amplamente discutido, a metenolona ainda tem aplicações clínicas legítimas em alguns países, principalmente no manejo de condições catabólicas e recuperação de massa magra em pacientes debilitados.

No entanto, estudos recentes têm dado lugar a alternativas mais seguras e regulamentadas, como o uso de moduladores seletivos do receptor androgênico (SARMs) e intervenções nutricionais e hormonais personalizadas.

Conclusão

A metenolona é um composto que representa bem o dilema entre performance e segurança. Sua ação anabólica moderada e perfil de colaterais aparentemente controlados, incluindo a baixa hepatotoxicidade na forma oral, fazem com que seja vista como uma opção “segura” no meio esportivo — uma percepção que, na prática, carece de cautela.

Profissionais da saúde, nutricionistas e treinadores devem compreender o mecanismo, reconhecer os riscos e, sobretudo, atuar como agentes de orientação responsável, promovendo conhecimento, consciência e escolhas informadas no universo da performance.

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