O que são os alimentos ultraprocessados?
Postado em 14/05/2024 às 09h:00
De acordo com um grupo de especialistas em nutrição e saúde pública, os alimentos ultraprocessados são aqueles alimentos que se caracterizam por um alto grau de processamento industrial. Estes produtos apresentam em sua composição, predominantemente, ingredientes como açúcares livres, gorduras saturadas e trans, sódio em excesso e aditivos alimentares, em detrimento de alimentos frescos ou minimamente processados.
No contexto atual de ritmo acelerado e busca por praticidade, os alimentos ultraprocessados se tornaram frequentes na dieta de grande parte da população. No entanto, compreender a natureza desses produtos e seus efeitos no organismo é crucial para realizar escolhas alimentares conscientes e promover a saúde.
Exemplos de alimentos ultraprocessados:
🥤 Bebidas: refrigerantes, sucos artificiais, energéticos e chás prontos.
🍟 Snacks: Biscoitos recheados, salgadinhos, batatas fritas e pipoca industrializada.
🍕 Preparos instantâneos: Sopas, macarrão instantâneo, lasanhas congeladas e pizzas pré-prontas.
🍔 Produtos cárneos processados: Salsichas, linguiças, hambúrgueres prontos e nuggets.
🍫 Doces e guloseimas: Chocolates, balas, sorvetes e outros produtos de confeitaria industrial.
🧁 Cereais matinais: Opções açucaradas e com alto teor de sódio.
Estratégias para reduzir o consumo de ultraprocessados
Priorizar o consumo de alimentos frescos e minimamente processados: Opte por frutas, legumes, verduras, grãos integrais, carnes magras, leite e derivados frescos, priorizando o preparo caseiro das refeições.
Ler atentamente os rótulos dos alimentos: Analise a lista de ingredientes, dando atenção ao teor de calorias, açúcares, gorduras, sódio e aditivos alimentares.
Limitar a frequência de consumo de alimentos ultraprocessados: Restrinja o consumo desses produtos a ocasiões especiais, evitando-os no dia a dia.
Buscar alternativas saudáveis: Substitua os ultraprocessados por opções mais nutritivas, como frutas secas, castanhas, iogurte natural com frutas e granola caseira.
Cozinhar em casa: Planejar as refeições e preparar os alimentos em casa permite maior controle sobre os ingredientes e garante uma alimentação mais saudável.
Consultar um nutricionista: Um profissional habilitado pode auxiliar na elaboração de um plano alimentar personalizado, considerando suas necessidades e preferências individuais.
Impactos na saúde do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados
O consumo regular e excessivo de alimentos ultraprocessados tem sido associado a diversas consequências negativas para a saúde, incluindo:
Aumento do peso corporal e obesidade: O alto teor calórico e a baixa quantidade de fibras contribuem para o acúmulo de gordura corporal, elevando o risco de obesidade e suas comorbidades.
Doenças crônicas não transmissíveis: O consumo exacerbado de sódio, gorduras saturadas e açúcares livres está relacionado ao desenvolvimento de doenças como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, dislipidemias e alguns tipos de câncer.
Problemas gastrointestinais: A presença de aditivos alimentares e a baixa quantidade de fibras podem ocasionar distúrbios digestivos, constipação e outros problemas gastrointestinais.
Depressão e ansiedade: Estudos recentes demonstram uma possível associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento do risco de transtornos mentais como depressão e ansiedade.
Alimentos ltraprocessados estão por trás de sintomas depressivos, mostra estudo brasileiro
Um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) descobriu que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados está associado à ocorrência de sintomas de depressão. Os pesquisadores, que monitoraram os hábitos alimentares dos brasileiros desde 2020, foram os responsáveis por essa conclusão.
Os dados de quase 16 mil adultos sem diagnóstico de depressão no início do estudo foram analisados. Os participantes preencheram questionários online semestralmente, fornecendo informações sobre os alimentos consumidos no dia anterior e seu estado de saúde. Dessa forma, foi possível examinar o papel dos alimentos ultraprocessados na dieta de cada um. As análises revelaram um aumento de 42% no risco de desenvolver quadros depressivos entre os participantes que tinham esses produtos representando quase dois quintos de sua ingestão alimentar.
Fonte do estudo: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S026156142400102X
Adotar uma alimentação rica em alimentos frescos e minimamente processados, além de reduzir o consumo de ultraprocessados, é fundamental para a promoção da saúde e bem-estar, prevenindo o desenvolvimento de doenças crônicas e contribuindo para uma vida mais longa e saudável. Através de escolhas alimentares conscientes e da adoção de hábitos saudáveis, é possível alcançar um estado nutricional adequado e desfrutar de uma melhor qualidade de vida.
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