Overreaching x Overtraining: sinais de alerta em fisiculturistas
Postado em 16/07/2025 às 09h:30
No fisiculturismo competitivo, a busca incessante por resultados leva por diversas vezes muitos atletas ao limite. Para alguns, a linha entre um estímulo de treino eficaz e o excesso de cargas é tênue, especialmente quando o objetivo é a evolução contínua.
Nesse cenário, compreender a diferença entre overreaching e overtraining é fundamental para a longevidade e o sucesso no esporte.
O overreaching é uma estratégia de treino comum e até intencional em fases específicas da periodização. Caracteriza-se por um aumento temporário da carga, volume ou intensidade, induzindo um estado de fadiga aguda. Quando seguido de uma fase adequada de recuperação, esse estímulo pode gerar supercompensação, resultando em ganhos de força, resistência e adaptações musculares superiores.
Atletas frequentemente utilizam o overreaching nas semanas finais de preparação para campeonatos, visando acelerar os resultados.
No entanto, a ausência de um descanso adequado é onde o problema começa.
É nesse ponto que o overreaching pode progredir para o overtraining, um estado mais grave e prolongado de esgotamento. O corpo emite sinais claros de que a recuperação está comprometida: queda acentuada de performance, mesmo em treinos leves, perda de massa muscular, alterações de humor, distúrbios do sono, aumento da frequência cardíaca de repouso e, em casos mais severos, sintomas de depressão.
A longo prazo, o overtraining pode comprometer não apenas os resultados estéticos, mas também o equilíbrio hormonal, a imunidade e a saúde mental do atleta.
No cotidiano do fisiculturista, é comum que esses sinais sejam ignorados ou mal interpretados. A cultura do “no pain, no gain” é enraizada, e de fato, a disciplina extrema é um diferencial neste esporte. Contudo, quando o cansaço se torna crônico, o treino não rende e a motivação desaparece, insistir pode ser mais prejudicial do que benéfico.
Muitos treinadores ainda negligenciam indicadores cruciais como a qualidade do sono, libido, digestão e humor, que são reflexos biológicos claros da capacidade do corpo em lidar com a carga de treinamento.
A prevenção do overtraining exige mais do que apenas descanso; requer uma gestão inteligente do treino e da recuperação. A periodização deve incluir fases de deload e adaptação. O consumo calórico precisa ser compatível com o gasto energético. Ferramentas como o monitoramento da variabilidade da frequência cardíaca (HRV) podem auxiliar na detecção de padrões de estresse excessivo. Além disso, uma comunicação transparente entre atleta e treinador é essencial, especialmente para atletas naturais, que não contam com o suporte hormonal artificial para acelerar os processos de recuperação.
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Em suma, para o fisiculturista que treina em alto nível, o desafio não é apenas treinar mais, mas treinar com inteligência. Saber quando acelerar e quando frear é o que distingue uma carreira duradoura de um corpo fadigado e ineficiente.
Reconhecer os sinais de alerta, seja do overreaching funcional ou do overtraining prejudicial, é o primeiro passo para continuar evoluindo com saúde e consistência.
Este artigo tem caráter informativo e não substitui a orientação profissional. Sempre consulte um médico ou profissional qualificado antes de fazer mudanças em seu programa de treinamento ou saúde.
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