Todas as gorduras são ruins para a saúde?
Postado em 22/06/2024 às 09h:00
Similar aos carboidratos, as gorduras foram vilãs por muito tempo, associadas a doenças cardíacas e obesidade. A recomendação era evitar gorduras a todo custo. No entanto, essa generalização pode ser enganosa. Enquanto algumas podem ser prejudiciais em excesso, outras desempenham papéis essenciais no funcionamento do corpo humano. Em um primeiro momento é necessário distinguir que existem alguns tipos diferentes de gorduras, sendo elas:
Saturadas: Estas são frequentemente associadas a problemas de saúde, como doenças cardíacas, quando consumidas em excesso. Elas são encontradas em alimentos de origem animal, como carnes gordas, laticínios integrais e alguns óleos vegetais, como o de coco e de dendê.
Trans: As gorduras trans são criadas através de um processo de hidrogenação, geralmente encontrado em alimentos processados e frituras comerciais. Estas são amplamente reconhecidas como prejudiciais à saúde cardiovascular e devem ser evitadas tanto quanto possível.
Insaturadas: Estas são conhecidas como gorduras “boas” e são divididas em dois subtipos: monoinsaturadas e poli-insaturadas. As monoinsaturadas são encontradas em alimentos como abacate, azeite de oliva e algumas oleaginosas, como amêndoas e nozes. Já as poli-insaturadas incluem ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, presentes em peixes gordurosos, sementes de linhaça e óleos de peixe.
Embora seja importante limitar a ingestão de gorduras saturadas e trans, não devemos eliminá-las completamente, pois pequenas quantidades são necessárias para funções corporais essenciais. Em vez disso, devemos nos concentrar em substituir por opções mais saudáveis, como as insaturadas.
Estudos mostram que uma dieta rica em gorduras insaturadas pode reduzir o colesterol LDL (o “mau” colesterol) e aumentar o colesterol HDL (o “bom” colesterol), ajudando a proteger contra doenças cardiovasculares.
O papel das “gorduras boas”
As gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas, comumente denominadas “gorduras boas”, desempenham funções essenciais para a saúde. Encontradas em alimentos como azeite de oliva, abacate, oleaginosas e peixes oleosos, esses lipídios contribuem para:
✔️ Redução do colesterol LDL (“mau colesterol”) e aumento do colesterol HDL (“bom colesterol”), diminuindo o risco de doenças cardíacas;
✔️ Manutenção da saúde do cérebro, função cognitiva e memória;
✔️ Regulação da pressão arterial;
✔️ Modulação da resposta inflamatória;
✔️ Absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).
“Gorduras ruins” e seu malefícios
Em contrapartida, as gorduras saturadas e trans, frequentemente chamadas de “gorduras ruins”, quando consumidas em excesso, podem ocasionar efeitos adversos à saúde. Presentes em carnes vermelhas, laticínios integrais e alimentos industrializados, esses lipídios estão associados a:
✔️ Aumento do colesterol LDL (“mau colesterol”) no sangue, elevando o risco de doenças cardiovasculares;
✔️ Acúmulo de gordura abdominal, contribuindo para o sobrepeso e a obesidade;
✔️ Resistência à insulina e diabetes tipo 2;
✔️ Processos inflamatórios crônicos.
Vale ainda frisar que as gorduras são uma fonte concentrada de energia e desempenham papéis vitais na absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), na construção de membranas celulares e na regulação de processos metabólicos.
Portanto, a ideia de que “todas as gorduras são ruins para a saúde” é um mito!
Lembre-se de uma avaliação individualizada e um plano alimentar personalizado, a consulta com um nutricionista é imprescindível.
Somente um profissional, habilitado e capacitado, poderá analisar as necessidades nutricionais específicas de cada indivíduo, considerando fatores como idade, sexo, nível de atividade física, histórico de saúde e preferências alimentares, a fim de elaborar uma dieta balanceada e rica em nutrientes, promovendo saúde e bem-estar.
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