Comer emocional: entenda tudo! | Uniguaçu Comer emocional: entenda tudo! | Uniguaçu

Por Pietra Fogaça

Graduanda em nutrição pela UFRGS, antropometrista ISAK nível 1 e atleta de fisiculturismo.

Comer emocional: entenda tudo!

Postado em 09/09/2023 às 08h:16

A emoção – ou “comportamento” – é uma resposta neuroendócrina que leva o indivíduo a apresentar manifestações corporais e psicológicas diante de um evento, é uma manifestação mais aguda (por isso nós não controlamos as nossas emoções).
Emoções são substâncias químicas liberadas em resposta à nossa interpretação de um gatilho específico, ou seja, são respostas afetivas de curto prazo à estímulos (são rápidas).
Não podemos, portanto, confundir emoção com sentimento, pois o sentimento é algo que vem depois. Um exemplo é o simples ato de que, quando eu me deparo com um urso, eu tenho medo porque corro, e não “corro porque tenho medo”.

Logo, o comportamento antecede o sentimento. Ou seja, a emoção é o comportamento e o “correr” é o ato de demonstrar que estou com medo. As demonstrações/respostas corporais precedem o consciente, e os sentimentos só acontecem quando começamos a integrar a emoção, a pensar sobre ela. Os sentimentos nada mais são do que a percepção consciente das emoções (perduram por mais tempo). É o seu comportamento que diz sobre o que você está sentindo, e não o seu sentimento que diz sobre seu comportamento.

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Dessa forma, precisamos entender que as emoções NÃO são adjetivos, e sim FUNÇÃO. A frase “eu como porque sou ansioso”, na realidade, não me diz nada, pois preciso saber em que situação há esse desejo de querer comer determinado alimento, em qual contexto isso ocorre, o que esse indivíduo come e quais são as consequências disso. Ou seja, preciso saber a situação, o contexto, o que engatilhou o acontecimento e quais foram as consequências disso.

A emoção é a consequência, e não a causa de um comportamento. Há um espaço temporal entre o ESTÍMULO/GATILHO e o RESULTADO disso, precisamos entender o que ocorreu nesse meio tempo, qual contexto levou a esse comportamento/resultado, qual foi o reforçador do comportamento, qual a situação. Precisamos entender quais variáveis podem influenciar no comportamento desse indivíduo e quais percepções ele tem a partir dessas variáveis do ambiente.

Os comportamentos são resultados de ESTÍMULOS (gatilhos do ambiente) e os pensamentos vem depois e podem REFORÇAR esses comportamentos. O comportamento por si só já é reforçado pelas contingências diante do estímulo que o ambiente propôs, então ele já é reforçado por si só, e o pensamento vem depois para dar essa LEGITIMIDADE.
O problema não está nas emoções, mas sim na maneira como nós as utilizamos! Dessa forma, suprimir emoções não resolve, não controlamos o que sentimos, mas sim COMO REAGIMOS ao que sentimos.

Paralelamente a isso, é importante que você entenda que a frase “eu como doce porque sou ansioso” não é verdadeira. Ou seja, há alguma sinalização no ambiente que acaba colocando esse indivíduo a ter o comportamento de consumir doces e, dessa forma, esse indivíduo descreve essa situação como “ansiogênica”, seja pela situação que antecedeu e causou sensação de ansiedade – em conjunto com o ambiente que engatilhou a comer o doce -, ou até mesmo a própria ansiedade (esse indivíduo está desconfortável, é como se fosse um “iminente estímulo agressivo”, pois ele irá comer algo sabendo que aquele algo foi dito para ele como proibido, provocando uma sensação de fracasso).

Em suma, a emoção tem função diante de determinado estímulo. Se eu respondo àquele estímulo daquela determinada forma, emocionalmente falando, é porque em algum momento da minha vida eu experienciei aquela situação e a emoção tem a função de me responder para que eu tenha um resultado que o meu organismo considerou adequado/positivo naquela situação, anteriormente.Logo, toda a vez que eu me deparar com aquele estímulo, eu responderei dessa maneira, pois foi como eu observei melhor resultado/tive um reforço positivo (não necessariamente algo bom, mas sim algo que me trouxe um resultado favorável de alguma forma).

Ou seja, cuide para não permanecer reforçando comportamentos que você não quer manter, pois o reforço nada mais é do que a maior probabilidade de eu repetir determinado comportamento. O reforço AUMENTA a probabilidade de determinado comportamento aparecer, independente se o reforço é positivo ou negativo, e isso impacta na vida do indivíduo.

Texto por: Pietra Fogaça – Graduanda em nutrição

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