Aeróbio em jejum: benefícios, riscos e como prescrever
Postado em 07/07/2025 às 17h:55
O aeróbio em jejum é uma estratégia frequentemente debatida entre profissionais de educação física, personal trainers e treinadores. Muito além de uma moda, sua aplicação possui fundamentos fisiológicos sólidos que, quando bem direcionados, podem otimizar resultados em programas voltados para emagrecimento e recomposição corporal. No entanto, é crucial ter clareza sobre quando, como e para quem essa abordagem é realmente indicada.
A lógica por trás é simples: com os níveis de insulina baixos e a depleção parcial do glicogênio hepático, o corpo tende a utilizar mais gordura como fonte de energia. A oxidação de ácidos graxos aumenta, o que pode favorecer a mobilização lipídica e contribuir para o processo de emagrecimento.
Aeróbio em jejum emagrece?
Essa é uma das perguntas mais buscadas no Google. E a resposta é: depende.
O aeróbio em jejum pode aumentar a taxa de oxidação de gordura durante o exercício, mas o fator determinante para a perda de peso e gordura corporal ainda é o déficit calórico total ao longo do tempo. Em outras palavras, o aeróbio em jejum pode ser uma ferramenta eficiente dentro de um contexto planejado, mas não substitui uma alimentação adequada e a periodização do treinamento.
Estudos apontam que, embora a queima de gordura possa ser maior durante o exercício em jejum, os efeitos sobre a composição corporal não são significativamente superiores quando comparados ao aeróbio “alimentado”, se o total calórico diário for o mesmo. Ainda assim, o aeróbio em jejum pode ter valor estratégico e comportamental, especialmente para indivíduos que se sentem bem treinando em jejum ou têm melhor aderência nesse formato.
Como prescrever o aeróbio em jejum com segurança?
Para que a prática do aeróbio em jejum seja segura e eficaz, é essencial observar alguns critérios técnicos. A prescrição segura deve priorizar exercícios de baixa a moderada intensidade, como caminhada, esteira, bicicleta ergométrica ou corrida leve. A frequência cardíaca ideal costuma variar entre 50% a 70% da FCmáx, evitando esforços extenuantes que possam induzir catabolismo muscular ou queda abrupta de glicemia.
A duração ideal das sessões varia de 30 a 60 minutos, iniciando com cargas menores para que o aluno se adapte ao estímulo. A frequência semanal pode ser de 2 a 4 vezes, intercalada com treinos alimentados ou dias de descanso.
Outro ponto essencial é a hidratação: mesmo em jejum, o consumo de água é indispensável. Além disso, o uso de estimulantes como cafeína (em doses moderadas) pode ser considerado, pois favorece a lipólise sem interromper o estado de jejum.
Quem pode fazer aeróbio em jejum?
Essa abordagem não é indicada para todos. Pessoas com histórico de hipoglicemia, diabetes, distúrbios alimentares, gestantes ou iniciantes sem supervisão profissional devem evitar o aeróbio em jejum. Já atletas ou alunos com boa adaptação metabólica e objetivos bem definidos podem se beneficiar da estratégia, desde que acompanhados por um profissional qualificado.
A individualização da prescrição é o fator mais importante. O que funciona bem para um aluno pode não se aplicar a outro, e o aeróbio em jejum não deve ser encarado como regra — mas como uma ferramenta pontual dentro de uma estratégia maior de composição corporal.
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