6 fatos sobre metabolismo que você precisa entender
Postado em 23/10/2025 às 14h:30
Quando o assunto é metabolismo, poucos temas geram tantos mitos e confusões. De frequência alimentar à termogênese adaptativa, as redes estão cheias de informações distorcidas, muitas vezes sem base científica.
Neste artigo, vamos esclarecer seis fatos essenciais sobre metabolismo para que você compreenda o que realmente influencia o gasto energético, o emagrecimento e a composição corporal.
1. Comer com mais frequência não acelera o metabolismo
Um dos mitos mais antigos é o de que comer de três em três horas acelera o metabolismo.
Na verdade, a termogênese induzida pela dieta – o chamado “custo energético da digestão” – depende da quantidade e da composição dos alimentos, e não da frequência das refeições.
Comer 3, 6 ou até 8 vezes por dia gera praticamente o mesmo gasto energético, desde que o total calórico e de macronutrientes seja o mesmo.
A principal diferença está na praticidade e no controle da fome, e não em qualquer alteração metabólica significativa.
2. Jejum intermitente não emagrece porque “queima mais gordura”
Durante o jejum, há sim um aumento relativo do uso de gordura como combustível, mas isso não significa que o emagrecimento será maior.
A perda de gordura corporal vem do déficit calórico sustentado, e não do tipo de substrato (gordura, carboidrato, proteína) usado naquele momento.
O jejum intermitente pode ser uma ferramenta útil porque ajuda algumas pessoas a reduzir o consumo total de calorias, com menos janelas alimentares e menos lanches.
Mas é importante entender que não há uma “queima extra” de gordura além da conta apenas por ficar em jejum.
3. Não é obrigatório comer proteína em todas as refeições
Para quem busca hipertrofia, o mais importante é a quantidade total de proteína ingerida ao longo do dia e uma distribuição adequada para otimizar a síntese proteica. Não há necessidade de incluir proteína em absolutamente todas as refeições.
Se a ingestão diária está dentro do ideal e há estímulo de treino, o anabolismo ocorre normalmente. Ter fontes proteicas em 3 a 4 momentos do dia já é suficiente para a maioria das pessoas.
4. Aeróbico de baixa intensidade não é “melhor” para perder gordura
É verdade que, proporcionalmente, o corpo utiliza mais gordura como fonte de energia em intensidades baixas. Porém, o que realmente determina a perda de gordura é o balanço energético total.
Exercícios de maior intensidade podem queimar mais calorias no mesmo período e ainda trazer benefícios metabólicos adicionais.
O aeróbico leve tem seu papel – especialmente pela sustentabilidade, recuperação e gasto adicional, mas não é superior para emagrecer.
5. Fazer dieta abaixo da TMB não “trava” o metabolismo
A Taxa Metabólica Basal (TMB) não é um “mínimo sagrado” de calorias abaixo do qual o corpo entra em pane.
Dietas muito restritivas podem, sim, ser difíceis de sustentar e causar perda de massa magra, principalmente em indivíduos eutróficos. Mas isso não significa que o metabolismo vai “travar” de forma mística.
O que existe é a termogênese adaptativa, uma leve redução no gasto energético que não impede a perda de peso caso o déficit calórico ainda exista. Ou seja: se o déficit for real, a perda de peso continua acontecendo.
6. O platô de emagrecimento raramente ocorre por causa da termogênese adaptativa
A termogênese adaptativa é real, mas seu impacto costuma ser menor do que se imagina – algo entre 5 e 15% de redução no gasto energético.
Na maioria dos casos, o famoso “platô” acontece porque a pessoa relaxa na adesão: consome mais calorias escondidas, se movimenta menos e erra nas estimativas.
Se o emagrecimento parou, geralmente é porque o déficit calórico deixou de existir, e não por conta de um “metabolismo travado”.
O segredo continua sendo a consistência e controle real da ingestão e do gasto energético.
Conclusão
Entender o metabolismo é essencial para fazer escolhas inteligentes, seja no emagrecimento, na hipertrofia ou na manutenção da saúde.
Mais importante do que acreditar em soluções mágicas é compreender que o equilíbrio energético e a adesão ao plano são os fatores que realmente determinam os resultados.
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Ideia original do conteúdo por: Me. Dudu Haluch
Professor coordenador dos cursos de pós-graduação em Emagrecimento e Metabolismo, Nutrição Esportiva na Faculdade UNIGUAÇU.
SOBRE O AUTOR:
Possui graduação em Nutrição (UNIBRASIL), bacharelado em física (UFPR), mestrado em física (USP); é autor de 4 livros e diversos e-books; coordenador de cursos de pós-graduação na UNIGUAÇU, professor de diversos cursos de pós-graduação; tem ampla experiência prática trabalhando com emagrecimento, hipertrofia muscular e preparação de atletas de fisiculturismo.

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