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Por Pietra Fogaça

Graduanda em nutrição pela UFRGS, antropometrista ISAK nível 1 e atleta de fisiculturismo.

Sal: vilão ou mocinho?

Postado em 24/02/2024 às 10h:00

É impossível não começar esse texto mencionando sobre o quão “polêmico” as informações sobre o consumo de sal são no meio da nutrição e no mundo das dietas. Sabendo disso, é importante desmistificar alguns aspectos e, finalmente, entendermos de fato como e quanto consumir de sal e sódio, no dia a dia.

O sal de cozinha, conhecido cientificamente como cloreto de sódio (NaCl), é uma substância composta por sódio e cloro. O sódio é um mineral essencial que desempenha diversas funções vitais no corpo humano, incluindo a regulação do equilíbrio hídrico (balanço de água no corpo), a transmissão de impulsos nervosos e a contração muscular.

As diretrizes dietéticas recomendam um consumo de sódio de não mais que 2.300 miligramas por dia para adultos saudáveis. Para certos grupos, como adultos mais velhos, pessoas com pressão alta e certas condições médicas, a recomendação é ainda menor, em torno de 1.500 miligramas por dia.

O sódio é naturalmente encontrado em alimentos como vegetais, laticínios e carnes. No entanto, a maior parte do sódio na dieta moderna vem de alimentos processados e industrializados (por exemplo, salgadinhos, pizza congelada, lasanha congelada etc.), bem como de condimentos como o sal de mesa.

O consumo excessivo de sódio está associado a alguns problemas de saúde, incluindo hipertensão arterial (a conhecida “pressão alta”), que é um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares, derrames e insuficiência renal. Além disso, altos níveis de sódio na dieta podem contribuir para a retenção de líquidos, inchaço e osteoporose em algumas pessoas.

Pensando em tudo isso, na nutrição existem diversas estratégias para reduzir o consumo de sal e sódio na dieta. Uma das estratégias mais práticas e interessantes é ter o costume de ler os rótulos dos alimentos para identificar o teor de sódio através da tabela nutricional. Outro ponto interessante é tentar sempre cozinhar refeições em casa usando ingredientes frescos e temperos mais naturais (ervas, orégano, páprica etc.). Além disso, é interessante limitar o consumo de alimentos processados, fast food e lanches salgados, além de substituir o sal de mesa por ervas e especiarias.

Por fim, vale ressaltar que, pensando em atletas que suam muito, como aqueles que praticam esportes de resistência ou exercícios intensos, o consumo adequado de sódio é muito importante devido à perda significativa deste mineral através do suor. Quando suamos, perdemos não apenas água, mas também eletrólitos essenciais, incluindo sódio.

O sódio é um eletrólito fundamental para manter o equilíbrio hídrico e a função muscular adequada durante o exercício. A perda excessiva de sódio pode levar a desequilíbrios eletrolíticos, o que pode resultar em cãibras musculares, fadiga e até mesmo problemas mais graves, como a exaustão por calor. Consumir sódio juntamente com água durante e após o exercício ajuda a promover uma hidratação adequada e a retenção de líquidos, especialmente em condições de alta temperatura e umidade.

Leia também: A importância da gordura na dieta

Em resumo, é visto que o sódio não é nem vilão e nem mocinho, já que há diferentes condições (idade, patologias existentes, prática de exercícios físicos) que levam a diferentes necessidades de consumo de sal e sódio. Dessa forma, é importante que cada indivíduo mantenha uma alimentação o mais saudável possível, tentando sempre ter acompanhamento individualizado com um bom profissional.

Texto por: Pietra Fogaça – Graduanda em nutrição

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